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Afinal, o que é dispareunia feminina?
Esse é um problema que pode afetar drasticamente a vida sexual da mulher. De maneira geral, trata-se de uma condição que acarreta dores ao se tentar a relação sexual, principalmente no momento da penetração. O problema pode ser associado a diferentes motivos.
Um dos mais comuns pode ser referente a ausência de lubrificação ou problemas associados ao sistema reprodutor feminino.
Vale destacar que a dor durante a relação sexual é um quadro que atinge uma em cada cinco mulheres no Brasil, ou seja, embora seja um assunto pouco difundido, é mais recorrente do que muitos possam imaginar.
A dispareunia feminina é, portanto, um desconforto que pode se manifestar tanto durante como também após o ato sexual. Na realidade, a dor é a segunda queixa mais comum associada aos problemas sexuais em consultas ginecológicas, ficando apenas atrás da ausência de desejo sexual.
Além disso, as possíveis causas são inúmeras – desde a lubrificação de forma insuficiente até o vaginismo, que se refere à contrações involuntárias na vagina.
Diante disso, é bom lembrar que o vaginismo possui também um forte apelo psicológico. Como resultados, esses problemas possuem ser relacionados a casos de abuso sexual, repressão severa da sexualidade e violência sexual.
Em outras palavras, uma mulher que não esteja devidamente preparada para uma relação sexual poderá manifestar sintomas de dor – ou seja, se ela não estiver excitada, a dor poderá ocorrer.
Quais as possíveis causas associadas à dispareunia feminina?
Como mencionado anteriormente, muitos motivos podem estar envolvidos aos quadros de dispareunia feminina.
Confira abaixo alguns dos principais motivos para a manifestação da dor durante a relação sexual:
- Vulvodinia – se refere a uma irritação crônica na vulva
- Doença inflamatória pélvica (DIP);
- Infecção associada ao trato urinário;
- Tumores genitais como, por exemplo, câncer vulvar ou câncer vaginal;
- Tumores ovarianos;
- Cistite intersticial;
- Trauma decorrente ao pós-parto;
- Infecções provocadas por fungos ou bactérias;
- Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)
Além de todos os motivos citados acima, a dispareunia feminina pode ainda ser provocada por outros efeitos colaterais e até mesmo pelo uso de determinados medicamentos.
Muitas mulheres também podem desenvolver o problema em decorrência de alergias a contraceptivos, lubrificantes, cera (para depilação) e até mesmo roupas.
Outro quadros que podem estimular a dispareunia feminina são a endometriose, lesões na região genital, infecções vaginais ou vaginite, bem como casos de herpes simples genital. Todos esses exemplos podem implicar em dores durante a relação sexual
O diagnóstico
De maneira geral, diagnósticos da dispareunia feminina tem como base principal a descrição da paciente sobre os sintomas do problema. Ela deverá indicar onde são as dores e como ela é sentida.
Além disso, são necessários alguns exames físicos por parte do médico, de maneira a confirmar o quadro.
Para tanto, deverá ser feita uma análise na área genital, tudo de maneira suave. O exame é de maneira focada em garantir a verificação das possíveis causas.
Nesse caso, são levados em conta alguns sinais, como possíveis infecções, inflamações ou até mesmo eventuais anomalias.
Se por ventura o especialista encontrar uma área que considere anômala, é possível que seja feita a coleta de uma amostra para que essa seja examinada em uma biópsia
O especialista ainda poderá ter que tocar na área suavemente com o uso de um cotonete para conseguir determinar onde a dor se manifesta. Nesse exame, ele ainda fará a verificação da tensão muscular pélvica ao redor da vagina, bem como realizar outros exames pertinentes ao toque.
O tratamento
Depois de obter o diagnóstico da dispareunia feminina, é o momento de começar a pensar nas possibilidades de tratamento.
Um dos primeiros pontos a se levar em conta é uma orientação ao casal (caso essa seja a realidade da mulher). É importante que ocorra o estímulo para encontrar maneiras de obter prazer mútuo.
Isso inclui orgasmo e também ejaculação – tudo sem que envolva inicialmente a penetração. Nesse caso, podem ocorrer estímulos com as mãos, boca ou até mesmo uso de vibradores.
Além disso, o médico poderá receitar uma pomada analgésica e banhos de assentos em casos de dores superficiais. Outra medida poderá ser recorrer ao uso de lubrificantes antes do ato sexual (principalmente produtos à base de água ou óleo).
Já em casos de dores mais profundas, pode ser interessante experimentar posições diferentes durante a relação sexual.
No mais, um tratamento mais específico poderá depender, basicamente, da causa proveniente a dispareunia feminina.
Causas psicológicas ou emocionais
Se as dores incomodam e nada foi identificado do ponto de vista físico, é o momento de pensar nos fatores psicológicos – eles, aliás, podem inibir a excitação, relaxamento e também a lubrificação da vagina. São eles:
- Histórico de abuso sexual;
- Transtornos como estresse, depressão ou ansiedade;
- Educação ou crenças religiosas mais rígidas, que envolvem a sexualidade em tabus e até mesmo sentimentos de culpa;
- Falta de desejo sexual pelo parceiro;
- Medos, como o de engravidar ou machucar o bebê, durante a gestação;
- Insegurança relacionada ao corpo;
- Falta de autoconhecimento não sabendo identificar o que proporciona prazer e excitação;
- Problemas relacionados à autoestima.
A importância do sexólogo no tratamento
Como mencionado no tópico anterior, diversos fatores psicológicos podem estar relacionados com a dispareunia feminina. E, justamente por conta desses fatores a terapia sexual pode ser considerada vital na recuperação.
Vale destacar que a terapia sexual é conduzida por profissionais capacitados e totalmente especializados, sendo a principal formação em sexologia.
Com amplo conhecimento, o sexólogo tem a capacidade de saber ouvir, bem como compreender os problemas de suas pacientes e ainda instruir. Tudo isso levando em conta um atendimento voltado para a realidade da paciente, tempo e processo de autoconhecimento.
A terapia torna-se uma aliada em casos de dispareunia feminina, uma vez que ajuda no autoconhecimento e na intimidade do próprio corpo; ajuda a vencer os medos e lidar com eventuais traumas.
Isso sem contar que a terapia não somente ajudará a melhorar os sintomas da dispareunia feminina, como também promover mais autoestima, autoconfiança e ir além da vida sexual – é algo que permite bem-estar em outros aspectos da vida!
Veja também: Disfunção Erétil Psicológica: entenda o que é